27 julho 2015

Resenha: Prodigy – Os Opostos Perto Do Caos




Título Original: Prodigy
Gênero: Distopia
Autor: Marie Lu
Ano: 2013
Editora: Rocco

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Nota pessoal: 5/5  

Citação favorita: "Anden pode ser o homem mais poderoso da república, mas Day, o garoto das ruas que não tem nada além da roupa do corpo e da sinceridade no olhar, é o dono do meu coração. Ele é tudo o que é belo. Ele é o raio de esperança em um mundo de escuridão. Ele é a minha luz."

Personagem Favorito: Nesse livro em especial, embora meu coração ainda pertença completamente a Day, tenho que reconhecer que June me conquistou. Mesmo nos momentos de pressão, em que decisões difíceis tem de ser tomadas, ela consegue ter um raciocínio lógico, aliando isso ao seu coração, achando o meio termo exato. Ela é uma máquina, e é incrível nisso. Inteligente, habilidosa e mortal. E ao mesmo tempo é uma menina cheia de sentimentos, incertezas e arrependimentos. Nesse livro, ela é a estrela.



Crítica:



A verdade pode te libertar, mas também pode trazer consequências cruéis. Quando máscaras caem e a névoa se dissipa, é preciso estar preparado para lutar por aquilo em que se acredita.


Depois de terminar a leitura de "Legend" e está completamente aficionada pela história, emendei logo em seguida a leitura do 2° livro da trilogia, "Prodigy". Eu e "segundos livros" temos um relacionamento um pouco complicado. Explico: Para mim, eles são "8 ou 80". Como assim? Bem, um segundo livro de uma trilogia pode ser uma continuação crescente e constante da história, onde a trama, os personagens e tudo mais crescem. Você sente que a história fica cada vez melhor. Em contrapartida, um segundo livro pode ser uma verdadeira ladeira abaixo, onde todo o contexto simplesmente parece perder o rumo, fica repetitivo e perde toda a graça. Para minha sorte, "Prodigy" se encaixa na primeira opção. Ufa! Você pode ler a resenha do primeiro livro, "Legend", aqui e pode conferir minhas primeiras impressões sobre "Prodigy" aqui.



 O livro começa exatamente do momento em que "Legend" termina. Após uma série de revelações que fazem June rever seus objetivos e juntar forças com Day, os dois estão à caminho de Vegas, procurando por um grupo conhecido como Patriotas, em busca de sua ajuda; Day precisa deles para achar seu irmão mais novo, Éden, que está em poder da República, sendo usado como arma biológica no front, na guerra contra as Colônias. Os patriotas são conhecidos como um grupo violento com tendências separatistas que apoia e trabalha juntamente às Colônias, principal inimigo da República. Quando estão quase chegando ao seu destino, porém, algo inesperado acontece: O primeiro Eleitor morre e seu filho, Anden, assume o seu lugar à frente da nação. Nação esta, que mais do que nunca, encontra-se em total colapso. A República está prestes a cair.

Ao se encontrarem com os Patriotas, June e Day conseguem sua ajuda, mas com uma condição: Eles precisam participar de um plano para assassinar o novo Eleitor, e seus papéis são de extrema importância para a eficácia do plano. Day, que só pensa em achar seu irmão custe o que custar e June, que só quer procurar uma maneira de se redimir quanto aos seus erros cometidos no passado contra Day, não têm outra escolha a não ser aceitar a proposta.


“- Existe uma hora e um lugar para tudo. (…) Acabar com a pessoa encarregada de todo esse maldito sistema me parece um pequeno preço a se pagar para começar uma revolução” – Página 36

Em busca de colocar o plano em ação, June e Day precisam se separar. June, que foi de queridinha da República à procurada para investigação, precisa voltar e reconquistar seu posto e a confiança dos que estão no poder, principalmente do novo Eleitor, Anden. Day, mas do que nunca, precisa usar sua influência com a população para promover um levante contra a República, ser "a cara" da revolução que os Patriotas pretendem começar e no momento certo, ser a pessoa que vai matar o Eleitor. Enquanto está desempenhando seu papel, porém, June começa a se questionar. Anden, o novo eleitor, não parece nem um pouco com a pessoa cruel que governava com mãos de ferro a população que seu pai costumava ser. Pelo contrário, June vê em Anden uma verdadeira vontade de fazer mudanças, tornar a República um lugar melhor para todos. Com isso em mente, June teme estar fazendo parte de um grande erro. E se Anden puder ser um bom Eleitor? E se as reais motivações dos Patriotas forem obscuras e desconhecidas? Qual é o seu verdadeiro inimigo? Cheia de dúvidas em sua mente e coração e cada vez mais desconfiada dos Patriotas, June precisará acreditar em sua intuição, sua fidelidade à República e em seu amor por Day. O momento está chegando e ela precisará tomar uma decisão que poderá mudar tudo, para sempre.



"- Até aqui, tudo bem. Lembre-se de quem é o inimigo. - Ela sai do quarto e uma outra guarda a substitui."

Página 128

Em "Prodigy", fica evidente, desde os primeiros capítulos, o crescimento da história. É maravilhosa a forma como nos sentimos presos à trama, envolvidos pelos personagens e acontecimentos, torcendo por aqueles que nos apegamos. O livro é completamente eletrizante. Marie Lu levou-o a um patamar muito acima das minhas expectativas. E ser surpreendida, positivamente, é muito bom.

Mais recheado de revelações bombásticas, cenas de grandes momentos de ação e um amadurecimento notável dos personagens, o segundo livro da trilogia "Legend" não deixa absolutamente nada a desejar ao primeiro, até superando-o, em minha opinião. Nele, podemos conhecer um pouco mais sobre a República: seu surgimento, motivações para conflitos com as Colônias e até como e porquê as primeiras provas surgiram. Além disso, podemos ter um vislumbre da vida nas Colônias e como são dividas. Entretanto, creio que o principal ponto positivo é a oportunidade de conhecermos os Patriotas, que são basicamente os protagonistas desse livro. Eles são peça fundamental no rumo em que a narrativa levou e portanto de extrema importância que conheçamos o que de fato eles são, como funcionam e o que realmente desejam.



O relacionamento entre Day e June é outro destaque necessário. Os dois ao longo do livro desenvolvem uma relação muito bacana de confiança plena e mútua. Independentemente do que tenha ocorrido no passado, os dois sabem que tem um ao outro e essa união é de extrema importância para a sequência de acontecimentos do livro. O amor que surge entre os dois em "Legend" fica ainda mai forte em "Prodigy". Em alguns momentos, ele será testado e posto à prova.

Outro fator positivo é o destaque dado para alguns personagens já apresentados no livro anterior, como Tess, amiga de longa data de Day, que antes parecia tão delicada e meiga e que neste livro mostra-se muito mais madura, segura de si e forte do que qualquer um poderia imaginar. Além disso, finalmente declara-se à Day, o que acaba causando um mal estar entre eles e criando um "triângulo amoroso" inesperado. Tem também Kaede, personagem também já conhecida, mas que neste livro tem mais notoriedade pelo fato de ser membro dos Patriotas e de ser uma ajuda constante á June e Day.




"- (...)Para em frente à porta e, ainda de costas, diz: - Confie em mim, Day. Estou falando isso para o seu bem. June ainda vai partir seu coração. Ela vai despedaçar você em um milhão de pedaços."

Página 190



Mais um destaque é a escrita de Marie Lu em "Prodigy" é a "humanização" dos personagens. Como assim? Bem, eles poderiam muito bem ser você ou eu. São cheios de dúvidas, desejos e falhas. Eles erram, tomam decisões equivocadas, se arrependem, tentam de novo. Num mundo onde tantos livros tentam nos empurrar goela abaixo personagens perfeitos, imaculados,  ter personagens em quem podemos nos enxergar é o diferencial. 

 Quanto à capa e diagramação, seguindo a linha de seu livro antecessor, a Rocco, mais uma vez, fez um ótimo trabalho. Minha ressalva, porém, fica pro acabamento do livro, que é bem sensível o que acaba prejudicando durante a leitura pelo fato da capa poder soltar a qualquer momento! Fora isso, só elogios quanto às páginas, letras e demais formatações. 

O final do livro me trouxe olhos marejados de lágrimas! Que final! Que aperto no coração! Acredito, e sei, que "Champion", terceiro e último livro da trilogia tem tudo para ser ainda melhor.






“Anden pode ser o homem mais poderoso da República, mas Day, o garoto das ruas que não tem nada além da roupa do corpo e da seriedade no olhar, é o dono do meu coração.
Ele é tudo o que é belo.
Ele é o raio de esperança em um mundo de escuridão.
Ele é a minha luz.” – Página 301


Prepare-se para grandes cenas de ação, romance e revelações surpreendentes em " Prodigy – Os Opostos Perto Do Caos". Quando forças improváveis unem opostos e tudo o que se conhece é a incerteza, você precisará confiar mais do que nunca em sua própria intuição.


Curiosidades:


Marie Lu, autora da trilogia best seller "Legend", escreve romances jovens-adultos, e tem um amor especial por livros distópicos. Antes de se tornar uma escritora em tempo integral, era diretora de arte em uma empresa de jogos. É formada na Universidade do Sul da Califórnia, e atualmente vive em Los Angeles.


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